Economia

05/06/2023  10:35

Portugueses sem habitação

Até quando?

Foto: José A. Carvalho/Twenty4news

Por José A. Carvalho/Twenty4news

A falta de um teto é hoje, um dos priores problemas que a sociedade portuguesa enfrenta e o reflexo de políticas e políticos sem visão para o futuro. Apesar, das medidas do pacote “Mais Habitação”, o passo dado é ainda muito redutor para as necessidades que o país enfrenta e longe de resolver o problema que existe há décadas por políticas públicas que tardam sempre por ser aplicadas na prática. Mesmo assim, admitimos que algumas decisões tomadas, poderão beneficiar o País no desenvolvimento económico. A ideia do “Construir para arrendar”, se for bem planeada e executada poderá resolver parte do problema com um acordo firmado entre o Estado e os investidores privados que permitirá, colocar no espaço de tempo necessário, tendo em conta fatores de licenciamento mais rápidos e habitações projetadas para o mercado de arrendamento acessível. Infelizmente, a inflação aumentou o valor da construção, razão pela qual o Estado deverá também criar linhas de financiamento para jovens e famílias com poucos recursos e ser implacável, com os que prevaricam olhando apenas para o lucro sem olhar a meios. 

16/05/2023  20:04

Portugueses desesperados e Bancos sem piedade!

Por José A. Carvalho / Twenty4news

Duplicou o número de pessoas que pedem ajuda e recorrem aos bancos para renegociar o crédito de empréstimo à habitação e desesperados esperam pelo dia em que a notícia, é a descida das taxas da Euribor. Uma realidade sem luz ao fundo do túnel, com a inflação marcada pela subida transversal dos preços nos bens de consumo. A subida da Euribor a 6 e 12 meses deverá atingir os 4% até ao próximo mês de outubro (situação comparável com a crise de 2008) e só em 2024, é que a previsão aponta para uma descida gradual ao longo do ano. A história repete-se, os bancos engordam os cofres e demonstram falta de sensibilidade e bom senso, na criação de soluções de forma a minorar a taxa de esforço dos portugueses. A banca e o Banco de Portugal, parecem dormir sobre o assunto, na perspetiva de que o tempo, tudo resolve. Os casos, de insolvência financeira das famílias são mais do que se imagina, com entrega de casas ao banco por falta de pagamento. Este, não é o país que queremos, sem ideias, inoperante que retira dos seus contribuintes valores elevadíssimos, permitindo que a banca tenha taxas de lucro de mais de 919 milhões de euros a uma média de mais 10 milhões de euros por dia, com a CGD a liderar o pelotão (e os portugueses à boleia no carro vassoura) com 285 milhões de euros nos três primeiros meses do ano. 

12/05/2023  00:11

Foto: D.R

Poupar, é urgente...!

Por José A. Carvalho / Twenty4news

“Poupar é urgente e no início, porque no fim todos poupam, porque não têm!", diziam os nossos avós. De facto, os tempos obrigam-nos a apertar o cinto com a inflação e o aumento das taxas de juros a ameaçarem países em desenvolvimento. Estas razões, são suficientes para causar uma perda de receitas de mais de 800 mil milhões de dólares nos próximos anos, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Na conclusão do Banco Mundial, fatores como a Guerra na Ucrânia e a inflação elevada e persistente, terão um impacto forte e negativo nas economias da Europa e da Ásia Central. Depois da tempestade (e esperemos que passe rapidamente) o crescimento e a desaceleração das taxas de juros será lenta, tendo em consideração, que mais de metade dos países do planeta dependem da exportação de matérias-primas, o cenário nos próximos cinco anos não é nada otimista.

Fonte: Banco Mundial

08/05/2023  17:48

Foto: José A. Carvalho

Gestores da banca estão a ganhar mais 20% (só os prémios quase duplicaram)


Por: ECO , Alberto Teixeira

Quem foi o CEO mais bem pago na banca portuguesa? Prémios atribuídos aos conselhos de administração dos bancos quase duplicaram no ano passado após proibição na pandemia.

Num ano marcado por resultados históricos, as remunerações dos gestores das principais instituições financeiras em Portugal atingiram os 27,7 milhões de euros. Trata-se de um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior, e que se deveu sobretudo à subida dos prémios atribuídos aos conselhos de administração dos bancos, que quase duplicaram, depois da proibição durante a pandemia. Os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novobanco receberam 19,3 milhões em salários fixos, o que corresponde a uma subida de 1,7% em comparação com 2021, de acordo com os dados compilados pelo ECO com base nos relatórios e contas dos bancos. Enquanto isso, os bónus (atribuídos) dispararam 93% para cerca de 8,4 milhões de euros, correspondendo a cerca de 30% do total das remunerações que os gestores da banca tiveram direito no ano passado.

O aumento dos bónus surge depois de quase dois anos em que a remuneração variável esteve suspensa pelos reguladores, que recomendaram prudência aos bancos devido à crise da pandemia de covid-19. A proibição do Banco Central Europeu (BCE) – que se estendeu aos dividendos – só foi levantada em outubro de 2021.

Entre os cinco principais bancos em Portugal, o BCP foi quem teve mais encargos com as remunerações do conselho de administração no ano passado: totalizaram os 7,5 milhões de euros entre componente fixa e variável, um aumento de 30% devido ao incremento dos prémios atribuídos em numerário e ações – num ano em que a remuneração média anual dos trabalhadores teve um aumento de 5,7%, de acordo com o banco liderado por Miguel Maya. 

Seguem-se os “espanhóis” Santander Totta e BPI, onde as remunerações fixas e variáveis dos administradores atingiram 5,7 milhões (+10,2%) e 5,6 milhões (+22%), respetivamente, também à boleia dos prémios. A título de comparação, no Totta, por exemplo, o aumento da massa salarial foi de 3%. No Novobanco, o aumento das remunerações da comissão executiva e conselho geral e supervisão foi de 1% para 4,8 milhões – 2,8 milhões em remuneração fixa e 1,9 milhões em remuneração variável que continuou congelada devido ao processo de reestruturação. Já os administradores da Caixa tiveram remunerações de 4,2 milhões de euros, mais 36,8% – a componente fixa aumentou 12,5% e a componente variável também pois o banco não revelou valores de 2021. A massa salarial do conjunto dos trabalhadores do banco público aumentou 2,42% no ano passado, com a remuneração média a situar-se nos 2.501 euros.

De fora desta análise ficaram os montantes atribuídos em forma de complemento de reforma e ainda outras remunerações como subsídio de expatriação (no Novobanco, Mark Bourke recebeu 102 mil euros), prémios de assinatura ou indemnizações (António Ramalho e outro gestor do Novobanco tiveram uma compensação de 460 mil euros pela rescisão antecipada do contrato). 

Fonte: CNN Portugal