Quatro dias de grande entusiasmo, permitem antecipar a coleção FW24/25 sobre criação dos designers portugueses, que desenvolvem com paixão, as tendências da moda numa sociedade em constante mutação. Porque a moda, é um valor acrescentado à cultura e não uma ilusão, porque a realidade é um desafio e não um obstáculo e finalmente porque "For Good" é a razão e não o motivo de apanharmos o comboio a tempo e no tempo certo, fazendo bem, numa indústria em franco crescimento e com um potencial de mercado significativo. A exemplo disso, designers como Luís Carvalho, Dino Alves, Carlos Gil, Luis Buchinho, Gonçalo Peixoto, Valentim Quaresma, entre outros e cada um ao seu estilo, vivem minuto a minuto, dia a pós dia, entregues a si numa observação constante sobre o status quo de uma sociedade, cada vez mais exigente na satisfação e prazer como um espelho convexo, refletindo uma imagem virtual, transformada num tamanho menor em relação ao seu objeto real, mas proporcionando um amplo ângulo de visão. Assim como um raio que incide passando pelo foco é refletido paralelamente, a visão de um criador e o seu estado de reflexão, ocorre sempre para além da linha imaginária entre ele e os outros.

A moda será sempre uma prova de estafeta e o “testemunho” a fonte de conhecimento, que passa de geração em geração entre o saber / saber, o saber / ser e finalmente o saber / fazer. “For Goog” é o tema escolhido para o Lisboa Fashion Week que transformará a cidade na Capital da Moda.

Por José A. Carvalho / twenty4news

Gonçalo Peixoto  iniciou a sua formação em Design de Moda em 2012, em Guimarães, e posteriormente licenciou-se na ESAD, em Matosinhos.

Desde o início dos seus estudos, revelou ser um jovem artista apaixonado, impulsionado pela sua paixão por moda e pela sua necessidade de criar. As suas coleções têm atraído a atenção de várias lojas de moda conceituadas, bem como de revistas de moda e outros artistas.

“Sou um designer comercial e isso não me chateia” sublinha Gonçalo Peixoto que sabe que as influenciadoras digitais são as suas maiores fãs e por essa razão são elas que vendem a marca. As suas criações são puramente comerciais, usadas no corpo de mulheres felizes que ajudam o designer a ter sucesso numa indústria competitiva, volátil que tudo faz para se manter viva.

Fonte: ModaLisboa

O primeiro dia da Paris Fashion Week foi iniciado pela marca japonesa AURALEE com modelos a desfilarem na passarela vestidos com ternos de ombros fortes, calças pregueadas e camisas coloridas acompanhadas de roupas de trabalho em tons verdes, amarelos e rosa. O BOTTER de Rushemy Botter e Lisi Herrebrugh avançou para o grunge, com a marca divertida na mistura de cortes desconstruídos com patchwork de franjas e botóes de camada dupla.  

As gravatas voltam a estar na moda, finas, axadrezadas, floridas e acabamentos em couro brilhante, apareceram nas passarelas de vários designers assim como os detalhes utilitários a surgirem em Dries Van Noten, Paul Smith e Kiko Kostadinov. A partilha entre as marcas foi notória com o talentoso Wales Bonner a exibir uma coleção inspirada em estudantes associado a um Adidas Superstar com estampa de crocodilo e botas Timberland de arregalar os olhos. O mesmo acontece com a chinesa Feng Chen Wang a renovar a sua parceria com a Converse na estreia hilariante Chuck 70, enquanto Junya Watanabe Man apostou tudo com a New Balance, Palace Skateboards, Carhartt WIP e outras.    

Muito mais foi visto e sentido mas... a presença sublime de Naomi Campbell na passarela da Paris Fashion Week foi a cereja sobre o bolo. Campbell a supermodelo de 53 anos, foi a única mulher a desfilar e a encerrar o desfile masculino da Balmain no sábado passado com um look de espantar: dramático mas apaixonante, um capacete dourado escorrendo verticalmente pelo seu rosto, com uma grande e elegante peça escultural colocada à frente do seu esbelto corpo, foi mágico. A peça marcante obscureceu parcialmente o resto da sua roupa, que incluía calça preta e um top bege com decote profundo. Um casaco enorme cor de camelo, estava pendurado sobre os ombros de Campbell. A coleção foi desenhada pelo diretor criativo da Balmain, Olivier Rousteing que disse à Vogue, querer evocar o “luxo” e os seus muitos significados em cada look.

DNLVS TEAM

A sigla DNLVS team, que Dino Alves apresentou muito subtilmente numa estação anterior, é agora usada como título da coleção SS 24, com o intuito de identificar e reforçar um grupo que na verdade já existe: uma espécie de clã, de gang que o designer foi conquistando ao longo dos tempos e que considera a sua equipa – DNLVS Team – onde inclui não só a equipa do atelier, mas também o público e seguidores que acompanham os seus desfiles ao longo dos anos, os colaboradores, clientes, fãs do seu trabalho e amigos que estão sempre por perto e que constituem uma espécie de claque, como acontece, por exemplo, no futebol.

Desta DNLVS Team fazem também parte os parceiros e patrocinadores, como nos últimos tempos a Betclic que tem desafiado o designer a sair da sua zona de inspiração e acreditado no seu trabalho.

Esta coleção é um agradecimento e uma homenagem à sua equipa.

Focando-se mais no núcleo do atelier, Dino Alves recria, através das peças, um pouco do ambiente, das tarefas, das etapas, do metier e savoir faire das costureiras, resgatando algumas ideias que ficaram perdidas ou explorando melhor outras que apontou em coleções anteriores.

Na sequência da preocupação da marca Dino Alves com a sustentabilidade, a coleção inclui um núcleo de peças da marca 2nd upcycled label, Dino Alves X Mister Man.

SHELTER 2.0

No ano em que se assinalam os dez anos da marca, o desafio para a próxima coleção SS24 de Luís Carvalho tem como tema SHELTER 2.0.:  uma nova perspetiva da primeira coleção da marca apresentada na ModaLisboa.

Uma década depois, e agora também pensada para homem, a inspiração continua a ser a criação de silhuetas onde os habituais clássico e casual se fundem em peças simples e depuradas com a criação de diversas camadas e recortes. A exploração de peças sem género continua a ser uma constante na coleção, e volta a surgir o metalizado holográfico e a recriação do padrão desenvolvido na versão 1.0 de SHELTER, em 2013. Crepe, cetim de seda, tafetá, organza e jacquard surgem em azul-marinho, branco, areia e cor-de-rosa pálido, mas o tom-maior da coleção chega-nos em verde.

Fonte: ModaLisboa

Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news

S/ TÍTULO

A coleção não tem título, e isto vai permitir que quem visualizar as peças, ou as usar, tenha uma experiência mais direta e pessoal com o trabalho sem ser influenciado por um título pré-definido, permitindo, assim, uma maior abertura para a sua interpretação. As interpretações podem ser múltiplas devido à sobrecarga de informação, alguma mais direta, outra subentendida, como se de segredos se tratassem, porque grande parte das mensagens presentes nas peças são autobiográficas e estão ligadas a memórias e sentimentos.

As cores predominantes são preto, verde-tropa, castanho e cobre.

Fonte: ModaLisboa

Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news

Formada em Psicologia, o olhar atento que Vera Fernandes sempre desenvolveu sobre o outro trouxe-a ao mais psicológico dos exercícios: o vestir. Com o input de berço da avó materna, que era modelista, desde cedo Vera contactou com tecidos, texturas e formas de criação que permitissem não só expressar a sua identidade através do estilo, como perceber o potencial da Moda em criar diferentes personagens. Em 2013, após o nascimento da sua filha, lança Meninamanel, uma loja de Moda infantil e uma primeira entrada no mercado de Moda português, que a permitiu definir os primeiros passos para a criação da BUZINA. Três anos depois, a BUZINA nasce com o intuito de fazer barulho, como o seu próprio nome indica, tendo refletido sempre de forma clara não só um objetivo muito bem delineado a nível estético e empresarial, como a própria personalidade da sua diretora criativa.

Fonte: ModaLisboa

Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news

Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news

Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news

O show mais esperado da temporada foi talvez a estreia de Thom Browe na alta-costura. Um desfile, com muita alfaiataria precisa e intrincada. Cada coleção, começou com o terno cinza e para o seu primeiro desfile de alta-costura, Browne pegou a ideia e desenvolveu-a criando cinquenta e oito interações pela passarela, cada uma mais fantástica do que a última.

Fonte: CNN