26/05/2025 09:34
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Por José A. Carvalho/Twenty4news
Lisboa, 25 de maio de 2025 - o Estádio Nacional do Jamor foi palco da aguardada final da Taça de Portugal Masculina entre Sporting e Benfica, num clássico intenso e marcado pela polémica em torno da arbitragem. O Sporting foi o digno vencedor após prolongamento, num jogo que teve emoção até ao final, mas que ficou igualmente marcado por decisões controversas que motivaram duras críticas por parte dos encarnados.
A partida começou equilibrada, com o Benfica a assumir maior posse de bola nos primeiros minutos. A primeira parte teve poucas ocasiões claras de golo, mas um momento de tensão surgiu quando Gonçalo Inácio pareceu cometer mão na grande área, lance que, após análise do VAR, acabou por não ser sancionado. O Benfica mostrou-se mais incisivo na segunda parte e acabou por inaugurar o marcador através de Orkun Kökçü, que concluiu com eficácia um cruzamento de Aktürkoglu.
Sporting conquista Taça de Portugal | Créditos: José A. Carvalho/Twenty4news
Pouco depois, Bruma marcou para o Benfica, mas o golo foi anulado após intervenção do VAR, que considerou falta de Álvaro Carreras sobre Trincão no início da jogada — decisão que gerou protestos por parte dos encarnados. O jogo tornou-se mais físico e tenso, com várias advertências disciplinares e um ritmo muito elevado.
Quando tudo parecia encaminhar-se para a vitória do Benfica, já nos descontos (90+ 10'), Viktor Gyökeres sofreu falta na área por parte de Renato Sanches. O próprio avançado sueco converteu a grande penalidade, restabelecendo a igualdade e levando a partida para prolongamento.
O Sporting surgiu mais forte no tempo extra e aproveitou o desgaste físico do adversário. Harder marcou o segundo golo dos leões de cabeça, virando o resultado, e Trincão fechou a contagem com o terceiro golo, já nos minutos finais. O resultado de 3‑1 selou a conquista da Taça de Portugal para os leões.
Apesar da vitória do Sporting, o jogo ficou manchado por fortes críticas à arbitragem de Luís Godinho. Os responsáveis do Benfica apontaram vários lances controversos: a anulação do golo de Bruma, o penálti assinalado nos descontos, e ainda dois momentos que, segundo Rui Costa (presidente do clube), deveriam ter resultado em expulsão — nomeadamente um pisão na cabeça de Belotti por dois jogadores do Sporting, e uma cotovelada sobre Otamendi, ambas sem sanção disciplinar. Rui Costa referiu que os erros da arbitragem “ultrapassaram todos os limites” e criticou duramente o critério do VAR.
No final do encontro, Bruno Lage, treinador do Benfica, elogiou a exibição da sua equipa e assumiu a responsabilidade pela derrota: “Os jogadores cumpriram à risca tudo o que tínhamos planeado. Tenho um orgulho enorme nesta equipa. Fomos claramente os melhores em campo. Apenas permitimos uma transição que acabou por dar no empate do Sporting.” Sobre a arbitragem, foi direto: “Não queria falar do árbitro, mas tenho de dizer que errou. Tem de manter o critério. Há um amarelo que não foi mostrado ao capitão do Sporting e uma situação caricata com o Belotti. O lance do nosso segundo golo é duvidoso. Assumo a responsabilidade.”
Questionado sobre o seu futuro no Benfica, Lage demonstrou lealdade ao clube: “Nunca poderei retribuir da mesma forma o que o Benfica já me deu. É a primeira vez que venho a uma final da Taça, o meu filho de 10 anos estava na bancada... Jamais serei um problema. Vim para ser a solução, para ajudar. O próximo passo é conversar com o presidente e perceber que, o que for benéfico para o Benfica, assim será."
Apesar da frustração encarnada, o Sporting celebrou mais uma conquista, confirmando o bom momento da equipa, encerrando a temporada com um título importante. A final ficará, no entanto, para a história não só pela emoção em campo, mas também pela controvérsia fora dele.