Portugal

03/07/2023 01:28

Dia do Fuzileiro

Por António Silva Campos / Twenty4news

No passado, dia 01 de julho de 2023 realizou-se na Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro mais uma comemoração do Dia do Fuzileiro. Este evento ocorre anualmente no primeiro sábado de julho, na Escola de Fuzileiros, a unidade “mãe” desta força especial da Marinha e consequentemente das Forças Armadas Portuguesas. É uma iniciativa do Corpo de Fuzileiros com o apoio da Associação de Fuzileiros e tem como objetivo dedicar um dia do ano ao convívio das inúmeras gerações de Fuzileiros, num ambiente de camaradagem, espírito de corpo e grande confraternização. O evento contou com um conjunto variado de atividades sendo de destacar, a Eucaristia de Ação de Graças, a Cerimónia Militar de Homenagem aos Fuzileiros já falecidos e o almoço convívio. 

Os mais antigos, reviveram com saudade os tempos que ali passaram, reencontraram alguns dos seus camaradas de armas e partilharam as suas histórias com os mais novos.

A “família” FZ, está de parabéns pois foi enorme a adesão ao evento, vieram acompanhados de familiares e amigos que quiseram juntar-se à festa e o dia passou-se num excelente ambiente de alegria e sã camaradagem.

A existência, de Fuzileiros na Armada remonta a 1585 quando se estabeleceram núcleos de adestramento das guarnições das naus da Índia para o manejo da artilharia e da fuzilaria. O Corpo de Fuzileiros, tem a sua origem na mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, sendo a sua fundação datada de 1621, com a designação de "Terço da Armada da Coroa de Portugal", da qual os Fuzileiros atuais são legítimos herdeiros.

Desde aquela data até meados do séc. XVIII, os "Soldados da Armada" ou os "Marinheiros do Fuzil", como eram naqueles tempos

conhecidos os Infantes de Marinha, combateram no Brasil, na fronteira sudeste do território Nacional, constituíram guarnições para a Esquadra de Guarda de Costa e combateram ao lado de Lorde Nelson no Mediterrâneo, somando sucessos na luta contra Franceses, Holandeses e Espanhóis. “O Terço” era considerada uma Unidade de elite, tendo sido designado pelo Rei D. João IV como a sua guarda pessoal. Em finais do séc. XVIII, a organização operacional é alterada, articulando-se em dois Regimentos de Infantaria e uma Unidade de Artilharia, passando a designar-se por "Brigada Real da Marinha". Já no período de transição do séc. XIX para o séc. XX, quando a Europa inicia o seu processo de afirmação colonial em África, Portugal vê-se confrontado com a grande capacidade de potências coloniais, como a França, a Inglaterra e a Alemanha, pelo que considerou necessário afirmar a presença nacional nos territórios que lhe tinham sido atribuídos naquele continente na sequência dos tratados de Berlim. 

Os "Marinheiros do Fuzil", integrados nos Batalhões Expedicionários e nas Companhias de Marinha, combateram em Angola, Moçambique e Guiné. Em 1961, quando Portugal se vê envolvido em novo esforço de guerra em Angola, Guiné e Moçambique, os Fuzileiros vestiram o camuflado para combaterem na selva, nos rios, nos montes, na savana, patrulhando os rios, desembarcando em botes e em lanchas, efetuando golpes de mão a partir de Unidades Navais e de helicópteros, garantindo a segurança de instalações de Marinha, participando em combates de todos os tipos. Estiveram envolvidos nos teatros de operações durante catorze anos cerca de 12.500 homens.

Mais recentemente e no que se pode considerar de “Novas Missões”, entre outras, de destacar a presença dos Fuzileiros na Bósnia, em Timor, no Afeganistão, na República Centro-Africana e na Lituánia.