21/04/2025 09:15
21/04/2025 09:15
Por José A. Carvalho/Twenty4news
Hoje, o mundo acordou mais silencioso. Partiu Francisco, o Papa que nos ensinou a olhar para os outros com misericórdia, e para o céu com esperança. Não era apenas o líder da Igreja Católica. Era o pastor que caminhava com o rebanho — e às vezes até atrás dele, como ele próprio dizia, para acolher os que ficavam para trás.
Francisco não quis tronos dourados nem distâncias cerimoniosas. Escolheu a simplicidade, a palavra clara, o abraço firme. Foi o Papa que largou os palácios e ficou numa casa simples. Que trocou discursos por gestos. Que falou de amor quando muitos gritavam ódio. Que lavou os pés de refugiados e chorou com os que choravam.
Elevou os pobres, deu voz aos esquecidos, inquietou os poderosos. E mesmo nos momentos em que o peso do mundo parecia esmagá-lo, nunca deixou de sorrir. Nunca deixou de rezar connosco. E por nós.
Adeus, Francisco — o Papa do povo | Créditos: José A. Carvalho/Twenty4news
Foi o primeiro papa latino-americano e jesuíta, Francisco foi eleito em 2013, após a renúncia de Bento XVI. Desde então, destacou-se por uma liderança pastoral centrada na misericórdia, simplicidade e proximidade com os mais pobres e marginalizados. O seu pontificado foi marcado por reformas significativas, como o combate aos abusos sexuais dentro da Igreja, a promoção do diálogo inter-religioso e uma postura firme contra o consumismo e as mudanças climáticas.
Nos últimos meses, a sua saúde estava comprometida, especialmente após uma hospitalização de mais de um mês devido a uma pneumonia bilateral. Mesmo assim, fez a sua última aparição pública no Domingo de Páscoa, 20 de abril, onde, visivelmente debilitado, concedeu a bênção Urbi et Orbi (um ato que horas depois seria o último do seu pontificado).
Francisco era feito de humanidade. Era o Papa da escuta. O homem que falava ao coração. O crente que via Jesus Cristo em cada rosto sofrido. Que desafiou a Igreja a ser menos burocrata e mais Evangélica. Que, com coragem serena, pediu perdão em nome da Igreja e abriu caminhos novos para o diálogo, a reconciliação e a esperança.
A sua morte, em pleno Ano Jubilar, é como o fechar de um ciclo sagrado. Mas o seu legado — esse ficará para sempre. Vai ecoar nas periferias, nas comunidades pequenas, nos jovens inquietos, nas famílias feridas, nos corações que procuram sentido. Em conformidade com os seus desejos, os ritos fúnebres serão simplificados e ele será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, tornando-se o primeiro Papa a ser sepultado fora do Vaticano desde Leão XIII, em 1903.
Com a sua partida, inicia-se o período de Sede Vacante e os cardeais preparam-se para o conclave que elegerá o novo pontífice. Francisco deixa um legado de humildade, coragem e compromisso com a justiça social, inspirando milhões a viverem uma fé mais autêntica e compassiva.
Hoje, rezamos por Francisco. Mas também agradecemos-Lhe, porque foi mais do que Papa. Foi testemunha. Foi irmão. Foi luz.
“Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.”
(Papa Francisco)