16/06/2023 10:25
Fotos: José A. Carvalho/Twenty4news
O caminho longo, na alma dos marchantes
Por José A. Carvalho/Twenty4news
A Marcha da Bica, foi a digna vencedora das Marchas de Santo António de Lisboa, mas nem tudo é um mar de rosas. A alma dos bairros de Lisboa, já não é sentida como outrora, seja pela deslocação de pessoas para zonas periféricas, seja pelo envelhecimento dos moradores o facto é que, a tradição bairrista já não tem a alma de outros tempos.
A poucos anos, de completar um século, a dificuldade de encontrar marchantes tem sido uma tarefa difícil com a necessidade de recorrer à outra margem ou vice-versa e o orçamento também faz a diferença com apenas 30 mil euros que a Câmara Municipal de Lisboa, disponibiliza para cada marcha. Para quem não gosta de se deslocar para assistir in loco às marchas (e são muitos), na caixa mágica é onde tudo acontece (ou não acontece), no gesto falso, no riso frio, nas palmas secas sem calor.
Os mal-aventurados, aqueles que apenas marcam presença para aparecer, assistem desligados da essência de uma tradição que o tempo nunca fará desaparecer. Na caixa “mágica”, a magia perde-se! A euforia, o sorriso aberto, o grito de ajuda, das histórias contadas, da amizade e sobretudo da vontade popular em homenagear Santo António em vez do Santo Padroeiro original São Vicente, mais ligado às classes de elite.
A 89.ª edição das Marchas Populares de Lisboa, terminou com histórias, mensagens e homenagens e o espirito de corpo esteve presente, na música, coreografias e figurinos.