Cultura & Lazer

30/05/2023  15:05

Efemérides

Por António Silva Campos / Twenty4news 

30 de maio é o 150.º dia do ano no calendário gregoriano (151.º em anos bissextos). 

Neste dia…

… em 1431 – durante a guerra dos cem anos, em Ruão, França, Joana d’Arc é queimada na fogueira, aos 19 anos de idade por bruxaria.

Joana d’Arc  (em francês: Jeanne d'Arc) foi uma camponesa e santa francesa canonizada pela igreja católica, considerada uma heroína da França pelos seus feitos durante a Guerra dos Cem Anos. Nasceu filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, numa família camponesa, em Domrémy no nordeste da França. Joana alegava receber visões divinas do arcanjo Miguel, de Santa Margarida e da Santa Catarina, que a instruíram a ajudar as forças de Carlos VII e livrar a França do domínio da Inglaterra. O não coroado Carlos VII enviou Joana juntamente com um exército para tentar solucionar o Cerco de Orleães. Após apenas nove dias de ação, a batalha terminou com um resultado favorável aos franceses e Orleães foi libertada, elevando assim a reputação de Joana a condição de heroína nacional aos olhos do povo francês. Seguiu-se uma série de vitórias militares para as forças de Carlos VII, que permitiram sua coroação como rei na Catedral de Reims. Como resultado, a moral da população francesa melhorou e a maré da Guerra dos Cem Anos começou a virar em favor dos franceses.

Após o fracassado Cerco de Paris, contudo, a popularidade de Joana dentre a nobreza francesa baixou bastante. Em 23 de maio de 1430, ela foi capturada em Compiègne pelos Borguinhões, um grupo de franceses que apoiavam os ingleses. Eles entregaram-na nas mãos do governo de Inglaterra, que colocaram o seu julgamento nas mãos do bispo Pierre Cauchon, jogando contra ela diversas acusações de cunho religioso. Cauchon declarou-a culpada e ela foi sentenciada a morte na fogueira. Joana foi executada em 30 de maio de 1431, aos 19 anos de idade. Sua morte, contudo, elevou-a aos status de mártir e fez aumentar o fervor patriótico francês contra os ingleses.

Em 1456, um tribunal inquisitorial foi autorizado pelo Papa Calisto III para examinar o  seu julgamento, esmiuçando suas acusações e proclamando a sua inocência, formalmente declarando Joana como uma mártir da igreja. No século XVI ela foi usada como símbolo pela Liga Católica contra os protestantes e, em 1803, Joana foi oficialmente declarada como um símbolo nacional da França por decisão do imperador Napoleão Bonaparte. Ela foi beatificada em 1909 e canonizada em 1920 pelo Vaticano.

Joana d'Arc é atualmente uma dos nove padroeiros da França. Ela permanece uma figura popular no país e pelo mundo, sendo retratada em inúmeras peças de literatura, pinturas, esculturas e outras formas de arte, sendo figura central no trabalho de vários escritores, artistas, cineastas e compositores famosos.

A Guerra dos Cem Anos foi uma série de conflitos travados entre os reinos da Inglaterra e da França durante o final da Idade Média. Originou-se de reivindicações inglesas ao trono francês entre a Casa Real Inglesa de Plantageneta e a Casa Real Francesa de Valois, Com o tempo, a guerra transformou-se em uma luta de poder mais ampla envolvendo facões de toda a Europa Ocidental, alimentada pelo nacionalismo emergente de ambos os lados.

Durante 116 anos, interrompidos por várias tréguas, cinco gerações de reis de duas dinastias rivais lutaram pelo trono do maior reino da Europa Ocidental. O efeito da guerra na história europeia foi duradouro. Ambos os lados produziram inovações em tecnologia e táticas militares, incluindo exércitos permanentes profissionais e artilharia, que mudaram permanentemente a guerra na Europa; cavalaria, que atingiu o seu auge durante o conflito, posteriormente declinou. Identidades nacionais mais fortes criaram raízes em ambos os países, que se tornaram mais centralizados e gradualmente ascenderam como potências globais.

O termo "Guerra dos Cem Anos" foi adotado por historiadores posteriores como uma periodização histográfica para abranger conflitos relacionados, construindo o conflito militar mais longo da história europeia. A guerra é comumente dividida em três fases separadas por tréguas: a Guerra Eduardina (1337-1360), Guerra Carolina  (1369-1389) e a Guerra Lancastriana  (1415-1453). Cada lado atraiu muitos aliados para o conflito, com as forças inglesas inicialmente prevalecendo; a Casa de Valois finalmente manteve o controlo sobre a França, com as monarquias francesas e inglesas anteriormente entrelaçadas permanecendo separadas.


…em 1982, durante a Guerra Fria, a Espanha junta-se à NATO

Guerra Fria foi um período de tensão geopolítico entre a União Soviética e os Estados Unidos e seus respetivos aliados, o Bloco Oriental e o Bloco Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial. Considera-se geralmente que o período abrange a Doutrina Truman de 1947 até a dissolução da União Soviética em 1991. O termo "fria" é usado porque não houve combates em larga escala diretamente entre as duas superpotências, mas cada uma delas apoiou grandes conflitos regionais conhecidos como guerras por procuração. O conflito foi baseado em torno da luta ideológica e geopolítica pela influência global das duas potências, após sua aliança temporária e vitória contra a Alemanha nazista em 1945.  A doutrina da destruição mutuamente assegurada  (MAD) desencorajou um ataque nuclear preventivo de ambos os lados. Além do desenvolvimento do arsenal nuclear e da mobilização militar convencional, a luta pelo domínio foi expressa por meios indiretos, como guerra psicológica, campanhas de propaganda, espionagem, embargos econômicos de longo alcance, rivalidade em eventos esportivos e competições tecnológicas como a Corrida Espacial.

O Ocidente era liderado pelos Estados Unidos e por outras nações do Primeiro Mundo do Bloco Ocidental que eram geralmente democráticas liberais, mas ligadas a uma rede de Estados autoritários, a maioria das quais eram suas ex-colônias. O Oriente era liderado pela União Soviética e seu Partido Comunista, que tiveram influência em todo o Segundo Mundo. O governo dos Estados Unidos apoiou regimes e golpes de direita em todo o mundo, enquanto o governo soviético financiou partidos e revoluções comunistas. Como quase todos os Estados coloniais alcançaram a independência no período de 1945 a 1960, tornaram-se campos de batalha do Terceiro Mundo na Guerra Fria. A Primeira fase da Guerra Fria começou imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Os Estados Unidos, criaram a aliança militar da OTAN em 1949, apreendendo um ataque soviético e denominaram sua política global contra a contenção da influência soviética. A União Soviética formou o Pacto de Varsóvia em 1955 em resposta à OTAN. As principais crises dessa fase incluíram o bloqueio de Berlim de 1948 a 1949, a Guerra Civil Chinesa de 1927 a 1950, a Guerra da Coreia de 1950 a 1953, a Crise de Suez de 1956, a crise de Berlim em 1961 e a crise dos mísseis de Cuba em 1962. A URSS e os EUA competiram por influência na América Latina, no Oriente Médio e nos Estados descolonizadores da África e da Ásia. Após a crise dos mísseis de Cuba, começou uma nova fase que viu a divisão sino-soviética entre a China e a União Soviética complicar as relações na esfera comunista, enquanto a aliada dos EUA, a França, começou a exigir maior autonomia de ação. A URSS invadiu a Checoslováquia para suprimir a Primavera de Praga de 1968, enquanto os EUA experimentaram turbulências internas do movimento pelos direitos civis e oposição à Guerra do Vietnam. Nos anos 1960-70, um movimento internacional de paz se enraizou entre os cidadãos de todo o mundo. Ocorreram movimentos contra o teste de armas nucleares e pelo desarmamento nuclear, com grandes protestos antiguerra. Na década de 1970, os dois lados começaram a fazer concessões de paz e segurança, dando início a um período de detenção que viu as conversações estratégicas sobre limitação de armas e os EUA abrindo relações com a República Popular da China como um contrapeso estratégico para a URSS.

A détente entrou em colapso no final da década, com o início da Guerra Soviético-Alemã, em 1979. O início dos anos 1980, foi outro período de tensão elevada. Os Estados Unidos aumentaram as pressões diplomáticas, militares e econômicas sobre a União Soviética, numa época em que ela já estava sofrendo de estagnação económica. Em meados da década de 1960, o novo líder soviético Mikhail Gorbachev introduziu as reformas liberalizantes da glasnost  ("abertura", c. 1985) e perestroika  ("reorganização", 1987) e encerrou o envolvimento soviético no Afeganistão. As pressões pela soberania nacional se intensificaram na Europa Oriental e Gorbachev se recusou a apoiar militarmente seus governos. O resultado em 1989 foi uma onda de revoluções que (com exceção da Roménia ) derrubaram pacificamente todos os governos comunistas da Europa Central e Oriental. O próprio Partido Comunista da União Soviética perdeu o controlo na União Soviética e foi banido após uma tentativa de golpe abortada em agosto de 1991. Isso, por sua vez, levou à dissolução formal da URSS em dezembro de 1991, à declaração de independência de suas repúblicas constituintes e ao colapso dos governos comunistas em grande parte da África e Ásia. Os Estados Unidos foram deixados como a única superpotência do mundo. A Guerra Fria e seus eventos deixaram um legado significativo. É frequentemente mencionada na cultura popular, especialmente na média que apresenta temas de espionagem (principalmente a franquia internacional de livros e filmes de James Bond e a ameaça da guerra nuclear. Apesar disso, um estado renovado de tensão entre o Estado sucessor da União Soviética, a Rússia, e os Estados Unidos nos anos 2010 (incluindo seus aliados ocidentais), bem como uma tensão crescente entre uma China cada vez mais poderosa e os Estados Unidos e seus aliados ocidentais passou a ser referido como a Segunda Guerra Fria. 

Fonte: Wikipédia