19/05/2025 21:40
19/05/2025 21:40
Por José A. Carvalho/Twenty4news
No final da tarde de 19 de maio de 2025, a Câmara Municipal de Lisboa recebeu o Sporting Clube de Portugal, recentemente consagrado bicampeão nacional de futebol, numa cerimónia simbólica e festiva que decorreu na Praça do Município. Milhares de adeptos encheram o espaço em frente aos Paços do Concelho para saudar os campeões, num ambiente de entusiasmo, orgulho e emoção clubista. A festa começou antes mesmo da chegada do autocarro da equipa, com a fadista Kátia Guerreiro a interpretar a “Marcha do Sporting”, num momento emotivo que serviu de antecâmara à entrada da comitiva leonina.
Lisboa Grita “Sporting Bicampeão” e Assobia Moedas | Créditos: José A. Carvalho/Twenty4news
No palco exterior montado para o efeito, os discursos institucionais ficaram marcados por um momento de tensão. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi o primeiro a discursar, mas mal começou a falar foi fortemente vaiado pelos adeptos presentes. As manifestações de desagrado estenderam-se por todo o discurso e refletiram o descontentamento popular face às restrições impostas pela autarquia durante as celebrações do título, nomeadamente o encerramento de estabelecimentos comerciais na zona de Alvalade por razões de segurança. Apesar das dificuldades em ser ouvido, Moedas procurou saudar a conquista leonina e destacou a liderança de Morten Hjulmand e o desempenho excecional de Viktor Gyökeres, antes de entregar simbolicamente ao sueco a estatueta de Santo António, como reconhecimento do mérito individual.
Em contraste, o discurso de Frederico Varandas, presidente do Sporting, decorreu num ambiente de maior tranquilidade e foi recebido com aplausos. Varandas agradeceu calorosamente aos adeptos, reconheceu o trabalho de toda a estrutura do clube — incluindo a equipa técnica, jogadores e dirigentes — e elogiou o espírito de superação da equipa ao longo da época. Sublinhou a postura exemplar dos sportinguistas nas ruas e apelou a um tratamento justo por parte das autoridades, rejeitando qualquer tentativa de criminalização da massa associativa.
O momento mais alto da cerimónia deu-se quando a comitiva subiu à varanda dos Paços do Concelho e exibiu o troféu de campeão nacional perante uma multidão em êxtase. Entre bandeiras, tochas verdes, aplausos e cânticos, os jogadores celebraram com os adeptos de forma próxima e efusiva. Viktor Gyökeres, um dos grandes protagonistas da época, dirigiu-se aos presentes com uma frase curta mas sentida — “Adoro-vos a todos!” — que arrancou nova onda de aplausos. Mais tarde, o avançado sueco reforçou nas redes sociais o orgulho coletivo ao escrever: “A primeira vez foi tão bom que tivemos de fazer novamente”, numa alusão direta ao bicampeonato.
A receção na Câmara Municipal de Lisboa, ainda que marcada por alguma contestação política, acabou por ser uma celebração da união entre equipa e adeptos, num momento de afirmação da identidade sportinguista em pleno coração da cidade. O Sporting foi recebido como campeão, e Lisboa, por um dia, vestiu-se de verde e branco.