10/03/2025 11:30
EDP Meia Maratona de Lisboa 2025 Termina Com Emoção e Superação
Por José A. Carvalho/Twenty4news
Lisboa, 09 de março de 2025 - apesar de não ter sido alcançado nenhum recorde mundial a EDP Meia Maratona de Lisboa 2025 foi palco de grandes momentos no atletismo, destacando-se a impressionante vitória da etíope Tsigie Gebreselama, que não só venceu a prova feminina como também pulverizou o recorde do percurso. Gebreselama concluiu a prova em 1:04:21, melhorando consideravelmente o seu recorde pessoal anterior (1:05:14) e superando o anterior máximo do percurso (1:05:30). A atleta destacou-se ao assumir a liderança ainda antes dos 10 quilómetros, deixando para trás a principal favorita, a queniana Ruth Chepng'etich, que acabou na segunda posição com 1:06:20. O pódio foi completado pela sueca Abeba Aregawi, que terminou com 1:06:36, estabelecendo um novo recorde nacional para a Suécia na sua estreia na meia maratona. Além disso, a quarta classificada, Fentaye Azale, também melhorou a sua marca pessoal, concluindo a prova em 1:07:31.
EDP Meia Maratona de Lisboa 2025 | Créditos: José A. Carvalho/Twenty4news
Na vertente masculina, a prova foi igualmente emocionante. O Djibouti inscreveu pela primeira vez o seu nome na lista de países vencedores da EDP Meia Maratona de Lisboa, com Abdi Waiss a conquistar a vitória com um fantástico tempo de 59:44, estabelecendo assim um novo recorde pessoal. Logo atrás, ficaram o queniano Shadrack Kipkemei (59:49) e Mohamed Ismail, também do Djibouti, que concluiu em 59:54, ambos também a melhorar os seus melhores tempos individuais. Entre os 10 primeiros classificados, seis atletas conseguiram igualmente melhorar as suas marcas pessoais. Destacou-se ainda o israelita Gashau Ayale, que terminou na quinta posição e pulverizou o recorde nacional de Israel, baixando em 48 segundos o anterior máximo de 1:00:47, que pertencia a Tadesse Getahon.
A prova foi ainda palco do Campeonato Nacional de Meia Maratona, onde Samuel Barata brilhou ao sagrar-se campeão nacional. O atleta português esteve na disputa pelos lugares cimeiros durante boa parte da corrida e terminou na nona posição da geral com 1:01:10. O pódio nacional masculino ficou completo com o estreante Luís Oliveira (1:04:17) e Rafael Lopes (1:04:49).
No setor feminino, Susana Santos confirmou o favoritismo e sagrou-se campeã nacional ao cortar a meta com 1:12:39. As experientes Mónica Silva (1:14:08) e Carla Martinho (1:14:43) conquistaram, respetivamente, a prata e o bronze no Campeonato Nacional, demonstrando que a experiência continua a fazer a diferença, mesmo aos 41 e 48 anos de idade.
Declarações:
Abdi Waiss, vencedor
“Sinto-me muito, muito bem e estou satisfeito com a minha preparação para esta meia-maratona. Esta é a primeira meia-maratona fora do meu país. Antes, era corredor de pista, nos 1.500 metros e 5.000 metros. Ganhei e fiz um bom tempo, portanto estou muito feliz. Esta é uma competição muito boa e voltarei a Lisboa. Esta foi a minha primeira competição do ano e penso que estarei ainda melhor nas próximas”.
Tsigie Gebreselama, vencedora
“O percurso foi bom, mas no início esteve um pouco ventoso. Fiz o meu recorde pessoal e bati o recorde da prova, portanto estou feliz. Foi um pouco difícil, mas dei o meu melhor e consegui atingir o recorde pessoal. Foi bom. Talvez volte a Lisboa... O meu objetivo agora é tentar o recorde do mundo nos 5.000 metros e também bater o meu recorde pessoal nos 10.000 metros”.
Samuel Barata, 9.º na geral e campeão nacional
"Era uma prova que apontei para vir em pico de forma, depois três semanas de treino em altitude no Quénia. Sabia que era uma oportunidade de correr rápido aqui em casa. Tive um apoio aqui inesperado, com camisolas a dizer 'Força Barata' - aproveito para agradecer. Tive sorte que os africanos, no início, não correram muito rápido. Passámos a rondar os 28:40 aos 10 quilómetros. Estava a sentir-me bem, mas a partir dos 13 ou 14 quilómetros começaram a andar a um ritmo mais forte. Queria correr abaixo das 1:01. Fiz 61. É minha segunda melhor marca. Estou muito satisfeito, porque é um resultado que já não faço há um ano e pouco e deixa-me com perspetivas futura muito boas. Lisboa é o local onde treino todos os dias quando estou cá. Aqui em Lisboa, junto à Marginal, é correr em casa. Sinto-me bastante bem, conheço bem o percurso, o ambiente, este tipo de tempo, esta humidade característica aqui de Lisboa. Tinha tudo para correr bem, só tenho que me sentir bem. Foi bom, acho que foi um positivo, estou contente."
Susana Santos, 12.ª na geral e campeã nacional
"O objetivo de ser campeã nacional foi cumprido e, claro, queria fazer também uma boa marca. Depois de algumas provas menos bem conseguidas que passei, e também alguns problemas físicos, já estou a 100%. Hoje também senti dor, com dor de burro desde o aquecimento, mas pensei que ia melhorar. Durante a corrida foi gerir para que a dor não aumentasse e conseguisse ser campeã nacional com uma marca razoável. Foi importante ter feito esta marca, pois tinha desistido em Barcelona e as coisas não correram como o esperado. Chegar aqui e fazer 1:12 deixa-me motivada para continuar o processo para o Campeonato da Europa, para chegar lá na melhor forma possível. É sempre bom sermos campeãs nacionais e ver o nosso esforço recompensado ao sermos as melhores na distância à qual nos dedicamos."
Fonte: MCP